Hoje parei pra pensar no conceito de humanitário, de
humanismo,... e de como exercê-lo no sentido da dignidade, sem fugir a sua
essência.
Na verdade, penso sempre nisso. Não por
achar bonito, nem politicamente correto... menos ainda pra aparecer. Penso
nisso por mim mesmo... seria muito diferente do que sou se não pensasse nisso.
Mas o humanismo, assim como os outros "ismos", tem tb suas regras,
normas de conduta.
Não preciso elencar detalhadamente
nenhumas delas, pq imagino que se olharmos todos para dentro de nós mesmo e
procurarmos as premissas pra uma vida de respeito e dignidade, todos os
detalhes venham juntos.
Hoje no entanto, cedi ao meu
policiamento próprio de evitar certos programas sencionalistas (medida
preventiva essa que me resguarda o estômago não apenas dos atos mostrados, mas
de quem adora lucrar em exibi-los).
A notícia do dia era a da menina
torturada por uma empresária em Goiânia. Poupo-lhes novamente os detalhes, mas
o teor da tortura, qualquer que seja o tipo, fere por todos os lados e os
relatos ainda são mais fortes ao se ouvir pela voz de uma criança de 12 anos.
E as coisas voltam à nossa realidade:
os meninos do tráfico, mortos já sem esperança; o garoto João Hélio, arrastado
pela ruas; a menina Gabriela, morta com um tiro na saída do metrô... tantos
casos longe, tantos casos perto.
E as coisas voltam à nossa realidade:
corrupção deslavada que mina recursos necessários a nossa vida social (e nossa
cara somente a observar a achar tudo normal); porões das delegacias, prisões,
porões da ditadura; supressão dos direitos civis...
E as coisas voltam à nossa realidade:
comprar filmes piratas ajudam ao tráfico de drogas; não exigir de quem nos deve
representar é ser conivente com o que existe de tão pouco honesto; não se
educar minimamente e não respeitar regras derivam em impunidade para o ladrão,
para o mal motorista, para o colega de escola, para quem acha que passar a
perna é só um "jeitinho pra encurtar as coisas"...
Na verdade, não sei muito bem pq dizer
tudo isso. Esse texto tb não é pq mudei de idéia sobre o humanismo. Nem
descobri subitamente nada que já não sentisse ou soubesse. Isso nem é um
desabafo. É só uma auto-argumentação em que constato que, pelo menos hoje, o
humanismo é um sentimento tão mais dificil de sustentar e encarar que um
programa sensacionalista na TV.
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