quarta-feira, 19 de março de 2008

AQUI AGORA coisa nenhuma... essa é uma realidade de todo dia.

Hoje parei pra pensar no conceito de humanitário, de humanismo,... e de como exercê-lo no sentido da dignidade, sem fugir a sua essência.


Na verdade, penso sempre nisso. Não por achar bonito, nem politicamente correto... menos ainda pra aparecer. Penso nisso por mim mesmo... seria muito diferente do que sou se não pensasse nisso. Mas o humanismo, assim como os outros "ismos", tem tb suas regras, normas de conduta.

Não preciso elencar detalhadamente nenhumas delas, pq imagino que se olharmos todos para dentro de nós mesmo e procurarmos as premissas pra uma vida de respeito e dignidade, todos os detalhes venham juntos.

Hoje no entanto, cedi ao meu policiamento próprio de evitar certos programas sencionalistas (medida preventiva essa que me resguarda o estômago não apenas dos atos mostrados, mas de quem adora lucrar em exibi-los).

A notícia do dia era a da menina torturada por uma empresária em Goiânia. Poupo-lhes novamente os detalhes, mas o teor da tortura, qualquer que seja o tipo, fere por todos os lados e os relatos ainda são mais fortes ao se ouvir pela voz de uma criança de 12 anos.

E as coisas voltam à nossa realidade: os meninos do tráfico, mortos já sem esperança; o garoto João Hélio, arrastado pela ruas; a menina Gabriela, morta com um tiro na saída do metrô... tantos casos longe, tantos casos perto.

E as coisas voltam à nossa realidade: corrupção deslavada que mina recursos necessários a nossa vida social (e nossa cara somente a observar a achar tudo normal); porões das delegacias, prisões, porões da ditadura; supressão dos direitos civis...

E as coisas voltam à nossa realidade: comprar filmes piratas ajudam ao tráfico de drogas; não exigir de quem nos deve representar é ser conivente com o que existe de tão pouco honesto; não se educar minimamente e não respeitar regras derivam em impunidade para o ladrão, para o mal motorista, para o colega de escola, para quem acha que passar a perna é só um "jeitinho pra encurtar as coisas"...


Na verdade, não sei muito bem pq dizer tudo isso. Esse texto tb não é pq mudei de idéia sobre o humanismo. Nem descobri subitamente nada que já não sentisse ou soubesse. Isso nem é um desabafo. É só uma auto-argumentação em que constato que, pelo menos hoje, o humanismo é um sentimento tão mais dificil de sustentar e encarar que um programa sensacionalista na TV.