quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Uma luz entre a sala e o banheiro

Só fiz mesmo
Por ser sofismático,
Uma espécie
De argumento matemático,
Um pedaço de texto
Mal quebrado.
 
Não que um texto em si,
Feito e tomado de espaço,
Tenha corpo suficientemente
Íntegro que não possa ser
Despedaçado.
 
Mas o recorte me importava.
 
Um fragmento
Um intento
Um vago sobreposto
De letras
Que me pudesse olhar no rosto
Com a empáfia
E a consciência leve
A partir de um sinal mal dado
De que sua existência
Nessas linhas sem sentido
Não fora uma simples
Conveniência, um inventado.
 
Mas fora sim,
Um flash
Um insight assim.
 
Fora um impulso
Um resultado da pretensão
De dispor, pelo menos no dia de hoje,
De algum sinal de produção
 
Um punhado de texto não-falado
Mas que ocupasse um espaço
Mínimo,
Sequer um mimo,
Que eu pudesse dizer,
Sem cansaço:
Deixei neste dia um texto blogado.


Aos meu dois amores encapetados (num dia de paciência zero)

POEMA ENJOADINHO

Por Vinícius de Moraes  
Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!



terça-feira, 28 de agosto de 2007

Tempo, mano velho!



TEMPO

TEMPO

MANO VELHO

FALTA UM TANTO

AINDA EU SEI...



Venho tentando organizar meu tempo de leitor, meu tempo de escrita, meu tempo de falar besteiras por falar besteiras. Mas tá complicado. Num dado de realidade qualquer, o tempo que a gente desperdiça com um objetivo cego de ser "trabalhador" consome nosso tempo de gente, tempo de ouvir, de refletir, de ficar de pernas pra o ar e parar pra ouvir músicas (só por ouvir).


Meu cômodo abandono só se aproxima daquilo que posso imaginar contemplativo quando tenho minha mulher em meus braços... é o Bônus do romance, do calor dos corpos e das almas.... um torpor que resgata o humano por sobre o cotidiano martelar das obrigações. Mas até isso é de vez em quando.


Preciso do tempo como aliado. Da disciplina como guia. Da objetividade como linha... e dos devaneios como substância.