sexta-feira, 8 de julho de 2005

Uma história sobre nós...

Vou contar uma história absurda... conto de fadas....
Em algum lugar indefinido no tempo e no espaço, alguém amarrou um nó. O nó ficou ali, esticado, perambulando por entre pessoas, coisas, histórias, sonhos, medos, cenários.... um nó imenso, mas que, contrário ao que se possa compreender, foi feito para não ser visto. Não-tocável, imperceptível... mas o improvável é um primo distante do impossível e costuma aparecer de vez em quando....
Um dia, do nada, alguém puxou o nó! Puxou e segurou, meio hesitante, mas o manteve. Deixou-o ali, ao lado, sem a afobação dos tolos nem a indeferença dos intimamente estúpidos. E o guardou num lugar à vista. O nó percebeu... tanto percebeu que se deixou mostrar em outra ponta. Timidamente, as duas pontas se moveram... surdamente, aos poucos, tecendo tramas, essas sim, imperceptíveis,...
E sem que houvesse explicação maior, um dia, as duas pontas amarraram duas pessoas... soltas no tempo, perdidas no espaço. Até que então, presas, perceberam que o nó não lhes eram estranho, mais do que isso, era feito dos seus dois cabelos, de pedaços das duas peles, do visgo de ambos os olhos,... que era tecido de histórias incrivelmente parecidas, amarrado com os dons da palavra que brotavam dos dois lados, que era torcido sob uma força descomunal de ardor desmedido,... que se fechava em nó na batida ritmada dos dois corações.
E o que era absurdo virou o incrível, percorre matérias virtuais e alimenta duas vidas como uma imensa fênix renascida nas duas pontas... transformando o conto num canto, num sussurro, num acento no peito... numa paz bem-vinda, num sonho estranho e feliz...

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